A arquitetura do design
Quando se fala em design muitas vezes se pensa em um universo do qual o arquiteto não possui nenhuma intervenção. Entretanto, o que poucas vezes observamos é que design vai muito além de um ofício escolhido por um profissional e que a grande maioria dos elementos feito por intervenção humana passa por um processo estético e criativo abordando a essência de um bom projeto.
Desde a caneta criada até a casa projetada o processo criativo se desenvolve produzindo um determinado item que terá um design que muitas vezes irá te cativar ou não. Mas, você já parou pra pensar por que gosta de determinada item e de outro não? Ou por que talvez, você prefere tal item a outro, sem nenhuma justificativa aparente? Foram essas perguntas, que nortearam o início da palestra ministrada por Bruno Novaes a respeito de Design e Espaço Público, cujo o qual a equipe Marcos Fróis Arquitetura marcou presença!
Bruno respondendo as perguntas após a palestra
A primeira pergunta a ser respondida por Bruno foi: “Como fazer design?” e isso vai muito além de aparência. As vertentes para tal processo são 3: visceral, comportamental e reflexivo. Cada um desses pontos pode ser respondido com outras perguntas, de maneira que a etapa visceral responde questionamentos como: “Quais os tipos de reações serão geradas com o objeto projetado?”, aborda-se aqui as cores primárias, alegres e altamente saturadas das quais a aceitação se torna mais fácil e compreensível. Já a comportamental, busca entender a função de um objeto, sua compreensibilidade, usabilidade e sensação física através da experimentação do elemento estudado. Enquanto isso, a reflexiva aborda a cultura, as memorias evocadas por determinado item através da cor, textura e junção de todos esses em sua mente e a pergunta a ser respondida aqui é “Como isso satisfaz meu usuário?”.
Lembra sobre as perguntas feitas ali em cima? Então, muitas vezes escolhemos determinados objetos por um dos aspectos mencionados, seja pela seu caráter estético, funcional ou evocativo, cada ser humano seleciona aquilo que lhe convém ou que lhe satisfaz da melhor maneira.
Com base em todos esses elementos, Bruno levanta um estudo em torno da linha ferroviária de Presidente Prudente, voltando seus olhos inicialmente em como este local se encontra e quais os tipos de uso da população em seu entorno. Após a leitura urbana, é identificado a presença de 4 formas das quais as pessoas utilizam a linha férrea: como moradia, quintal, atuação profissional e paragens. Aqui se torna importante frisar que o imaginário das pessoas a respeito de determinado item ou local é totalmente distinto e que se torna impossível compreender na essência o que uma pessoa quer ou fara com determinado item e isso é comumente enfrentado em um cenário arquitetônico e urbanístico cujo o intuito é compreender o que se espera sobre o espaço em desenvolvimento.
Área de estudo – Linha Férrea de Presidente Prudente
A partir das observações locais, se torna interessante algumas marcas feitas no local. A primeira delas é a capacidade de intervenção popular e seu aspecto vivo e útil. O convidado observou que as 4 formas continham dentro delas o aspecto de varanda, na qual se contenta nós de encontros sociais e de lazer. São nesses pontos que a intervenção popular ganhou força uma vez que a produção artesanal dos usuários na confecção de bancos se fez presente.
Registro do palestrante da intervenção popular na área de estudo
Pensando nisso, ele parte para a criação de um banco que abordem as necessidades presentes em cada uma dessas formas de uso da linha férrea guiado pelos tipos de design (visceral, comportamental e reflexivo).
Após 4 protótipos falhos, é na 5ª tentativa que o palestrante consegue realizar um modelo que o satisfaz abordando o aspecto de banco e esteira. É então que seu processo de experimentação entra em vigor, no qual ele consegue concluir que muitas vezes o componente pode ganhar usos imprevistos. Esses usos, fazem com que compreendamos a respeito dos mais diversos imaginários humanos sobre determinada unidade pois muitas vezes um elemento pensado ganha um uso totalmente incomum mas que satisfaz a demanda do usuário.
Estudo realizado para o desenvolvimento da peça
Atualmente, o protótipo usado para analise, assim como as maquetes anteriores se encontram no museu da Unesp de Presidente Prudente e o anseio do convidado em continuar seus estudos sobre tal fator se torna vivo e em andamento.
Protótipo final
Equipe MF após o término da palestra com Bruno Novaes – (Arquiteto Vitor Campos, Engenheira Beatriz Lumi, palestrante Bruno Novaes, Estudantes de Arquitetura e estagiárias do escritório Marcos Fróis Arquitetura Gabriela Aguiar e Vanessa Bratifisch da esquerda para a direita, respectivamente)
Por, Gabriela Aguiar – Estudante de Arquitetura & Urbanismo (Toledo Prudente) e estagiária do escritório Marcos Fróis Arquitetura
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